sábado, 19 de maio de 2007

de manhã




Ele acorda todo dia às 6, já pensando em descontar o sono interrompido, um VT do que virá no dia reproduz na mente, mas antes, uma volta na futilidade e na utilidade pra poder garantir a pérola e a informação do dia. Ao banhar toca uma música sem letra, alta, rápida, que muitos perguntam: "não é tudo igual"?

Ao sair se dá conta que está médio atrasado, um café muitas vzs fraco, tendo como trilha sonora qualquer notícia "sempre muito legal" do notiario da manhã.

Uma caminhada iluminada pela bela luz amarela das 7:30, passa o pedreiro, passa a o empresário, volta o vigia, e ele vai ao encontro do que se poder dizer de "veículo da reflexão" .

São 20 a 30 minutos de viagem,quase sempre no aperto.
Em pé ou sentado, ao som de qualquer programa de rádio com qualquer música da personalidade do motorista, como se ligasse o som pra o dia passar mais rápido.

O responsável por deixar se você pode ou n seguir viagem pede o passaporte para o percurso, esse é outro que acorda não às 6, acho que as 4 ou 5, e desconta ali mesmo na sua "confortável poltrona" o seu sono interrompido.

Após passar pelo carrosel entrega .t al valor para o homem da "poltrona confortável". Começa o que podemos chamar de reflexão forçada. Seria então um veículo de pensamentos, de ideias
com imaginações diversas onde cada um dos pensadores tem seus alfítos, atritos, euforia, ansiedade, etc..etc.

E os 20 a 30 minutos de viagem fazem ele pensar na vida, o que virá? o que terá? como terá? dará certo? se não der certo? um enigma constante, e pode ter certeza que os outros passageiros do "veículo da reflexão" estão tendo o mesmo pensamento, igual ou diferente ao dele.

Você precisa dar um volta, seja rotina ou não, seja no "veículo da reflexão" ou não, na correria q se tem hoje, você só pensa na vida nos 30 segundos antes de dormir.

Procure outros veículos, um livro, filme, seriado, música, etc..etc, até na futilidade do dia-a-dia se tem algo a ser relevante.

Mas ainda não achei nada melhor que o "veículo da reflexão".

Foi-se o começo do dia...

sábado, 12 de maio de 2007

pense assim





todos merecem, alguns conseguiram, outros receberão
é algo essencial na vida, chega mais cedo ou mais tarde
você precisa estar preparado, desconhecido ou conhecido será sempre uma novidade
informações chegarão, cabe analisá-las, e nunca se esqueça, tudo tem virtudes e defeitos
se lhe interessa entre fundo, errar? talvez, arrependimento jamais
e assim segue a vida...

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O Cinema Contemporâneo

Inaugurando a mais nova toca de alguém que não gosta de falar, hohoho

Belíssimo artigo do colunista Daniel Dalpizzolo do site, www.cineplayers.com, que fala sobre a história do cinema contemporâneo, ótima definição de algo pouco viciante do dono deste blog =p


"

Durante o per�odo de transi��o do cinema �sessentista� para o �setentista�, podemos notar uma grandiosa evolu��o no tocante � exposi��o de tem�ticas politicamente engajadas e que procuravam retratar da maneira mais fiel poss�vel � realidade vivida pelos espectadores em seus diversos meios de conviv�ncia social. Aquela fant�stica magia que embebedava de utopias os freq�entadores dos cinemas no per�odo cl�ssico estivera extinta do primeiro escal�o da ind�stria f�lmica durante alguns bons anos (tanto que os poucos musicais e faroestes feitos nos anos 1970 abordavam sempre, de forma muito r�spida, a decad�ncia f�sica e moral de seus personagens e/ou espa�os) at� que certo acontecimento, a ser citado subseq�entemente neste mesmo artigo, mudara novamente o ritmo das �guas em Hollywood � que normalmente dita as regras cinematogr�ficas no mundo todo.

Ainda no in�cio desta d�cada, em 1971, dois filmes j� fizeram quest�o de apresentar �s plat�ias qual seria o tom empregado nas abordagens tem�ticas das obras desse per�odo. O primeiro, Opera��o Fran�a, de William Friedkin, tinha como proposta uma vis�o mais suja e violenta da realidade das ruas de Nova York. � um filme que procura mostrar de maneira mais transparente e at� mesmo ousada, para a �poca de seu lan�amento, a dura conviv�ncia entre criminosos e lei, retratando a figura do policial de uma forma muito mais humanizada, sem empregar �s suas a��es aquele tom de super-hero�smo comumente encontrado nas ing�nuas produ��es das d�cadas anteriores � sem contar, claro, a canastrice e a intelig�ncia dos detetives que protagonizavam os saudosos filmes noir, totalmente paradoxais a esta ingenuidade.

J� o segundo exemplo, desta feita a obra-prima Laranja Mec�nica, de Stanley Kubrick, permanece at� os dias de hoje como uma das fitas mais marcantes, ousadas e impolidas j� produzidas. � um conto brutal e de imensur�vel import�ncia, onde valores sociais s�o relegados � insignific�ncia diante da amarga �tica do g�nio Kubrick sobre a condi��o moral da sociedade � se na �poca o filme servira como premonit�rio, agora passa a ser alusivo, diante da degradante realidade em que vivemos. Para tanto, tece aquele que � um dos estudos mais completos e irretoc�veis sobre a hipocrisia social (de compar�vel, lembro-me, no momento, apenas do fabuloso Dogville, de Lars Von Trier), utilizando-se de uma t�cnica invej�vel e de uma constru��o ficcional t�o perfeita quanto interessante. Permanece, para a pessoa que vos fala, como um dos maiores filmes da hist�ria do cinema � e um representante �bvio do per�odo cinematogr�fico em quest�o.

No ano seguinte, surgiria outra obra cl�ssica imprescind�vel para a compreens�o e interpreta��o do cinema da d�cada de 1970, por�m n�o da vertente pol�tica, e sim autoral. Trato de O Poderoso Chef�o, realizado por um dos cineastas mais f�rteis deste per�odo, Francis Ford Coppola, que mais tarde viria a se aprofundar em obras inexplicavelmente irrelevantes. Por�m, antes disso, deixou em seu legado algumas das fitas mais finas e importantes que podem ser encontradas no mundo cinematogr�fico. A s�rie que narra de maneira �pica e po�tica o cotidiano da m�fia italiana seria composta, tamb�m, por O Poderoso Chef�o - Parte II, de 1975 e O Poderoso Chef�o - Parte III, desta feita na d�cada de 90 � sendo a mais fraca das obras, mesmo que seja de alto n�vel (o destaque, dentre elas, vai para a segunda parte, n�o t�o marcante quanto a primeira, mas muito mais completa em sua narrativa).

Em meio a este n�cleo do cinema autoral e pol�tico dos anos 1970, v�rias obras e realizadores merecem destaque, tanto por sua grande qualidade quanto pela representatividade clara da maneira de filmar encontrada nesse per�odo. Filmes pol�ticos eram realizados em diversos lugares do mundo, mas o �centr�o� do cinema, ou seja, Hollywood, surpreendentemente tamb�m demonstrava grande interesse neste tipo de produto � algo que habitualmente era deixado de lado em prol da divers�o. Podemos destacar, entre os principais filmes que se utilizaram dessa vis�o, a obra-prima m�xima de Martin Scorsese, o genial Taxi Driver (1976), a com�dia sat�rica M.A.S.H. (1970), de Robert Altman (na minha opini�o fraca, por�m representativa) e Apocalypse Now (1979), do supracitado Francis Ford Coppola, no qual retrata a imbecilidade e a loucura proporcionada pela guerra, em um dos filmes mais fenomenais que existem.

J� na vertente autoral e n�o t�o pol�tica da d�cada, tamb�m podemos encontrar diversas obras indispens�veis � vis�o de qualquer cin�filo, bem como o surgimento de grandes diretores que se mant�m at� hoje como mestres, muitos deles ainda vivos. Alguns exemplos seriam Woody Allen, que �constru�ra� neste per�odo aquela que � sua maior obra-prima, a melhor hist�ria de amor c�mica do cinema, Noivo Neur�tico, Noiva Nervosa (1977); Brian De Palma, com o inigual�vel filme de horror Carrie � A Estranha; Milos Forman, com Um Estranho no Ninho (1975) � embora, particularmente, do diretor, prefira Hair (1979), por�m com uma inclina��o mais pessoal do que art�stica -; Roman Polanski, e seu maior sucesso, o neo-noir Chinatown (1974); e novamente Stanley Kubrick, com seu visualmente irretoc�vel Barry Lyndon (1975).

Em outros pontos do planeta, a abund�ncia qualitativa das obras tamb�m existia. Poder�amos citar diversos exemplos, mas, como a inten��o deste especial n�o � referenciar tudo o que h� de melhor no cinema, e sim analisar as principais mudan�as que ocorreram nele com o passar dos anos, sempre haver� uma ou outra obra que injustamente n�o receber� cita��o. Por�m, obras como Gritos e Sussurros (1973), do sueco Ingmar Bergman � uns dos poucos filmes n�o falados em ingl�s que concorreram ao Oscar em categorias, digamos, �normais�, para seus padr�es; o japon�s O Imp�rio dos Sentidos (1976), de Nagisa Oshima � primeiro filme n�o-pornogr�fico a mostrar cenas de sexo expl�cito; A Noite Americana (1973), de Fran�ois Truffaut, tido por muitos como a maior homenagem feita � s�tima arte pela pr�pria s�tima arte; Em Busca do C�lice Sagrado (1975), filme de estr�ia do inesquec�vel grupo de humor ingl�s Monty Phyton nos cinemas; e Solaris (1972), do russo Andrei Tarkovski.

Por�m, em meio a esta fase de pura e singular criatividade, onde surgiram muitos dos grandes filmes j� produzidos, um grupo de realizadores (que n�o estou criticando, entendam), encabe�ados por Steven Spielberg e George Lucas, viriam a revolucionar novamente o cinema, colocando-o em um status necessariamente paradoxal �quele encontrado nos primeiros anos da d�cada: o de simples entretenimento, sem qualquer inten��o intelectual e despretensioso no tocante � utiliza��o do cinema como alimentador de id�ias e reflex�es. Alguns veneram, outros depreciam, mas o fato � que a populariza��o do entretenimento puro acabou afastando o p�blico de produ��es mais engajadas e/ou complexas, voltando os holofotes de Hollywood a fitas como Tubar�o (1975), de Spielberg, e, principalmente, Guerra nas Estrelas (1977), de George Lucas, maior influente dessa muta��o cinematogr�fica.

Se o fato � ruim ou n�o, certamente ficar� a crit�rio de cada um, mas a verdade � que essa modifica��o estrutural do cinema �pop� (no underground at� existiu uma resist�ncia, embora este seja restrito � minoria de um imenso mar de gente) causara uma diminui��o abrupta e bastante sens�vel da qualidade das obras lan�adas nos cinemas. G�neros como o horror, a aventura e � tendo sido cria (ou melhor, passara a ser considerada um g�nero, pois antes j� existiam obras do estilo) desse per�odo, n�o poderia deixar de ser citado � a a��o foram os principais ocupantes das largas telas brancas presentes nas salas escuras de todo o mundo, tendo entre seus destaques produ��es como De Volta Para o Futuro (1985), de Robert Zemeckis, o melhor de todos os filmes pipoca j� lan�ados na hist�ria do cinema (e isso inclui filmes do Spielberg, Lucas, etc., etc., etc.); Os Ca�adores da Arca Perdida (1982), mais interessante obra do mais popular diretor que j� povoara este mundo; Star-Wars IV � O Imp�rio Conta-Ataca (1980); e as s�ries de terror Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo, protagonizadas, respectivamente, pelos ic�nicos Jason Voorhees e Freddy Krueger.

Mesmo assim, ao contr�rio da �d�cada perdida� que representara � m�sica, os anos 1980 ainda foram palco de algumas produ��es maravilhosas, atemporais e inesquec�veis; reais obras-primas. O que dizer de A Rosa P�rpura do Cairo (1985), um dos melhores trabalhos de Woody Allen; Veludo Azul (1986), surreal e inigual�vel obra de David Lynch; Um Tiro na Noite (1981) e Os Intoc�veis (1987), ambos trabalhos geniais de Brian De Palma (que produzira outros filmes fant�sticos no per�odo, mas me contenho a cit�-los); Era Uma Vez na Am�rica (1984), mais uma das poesias visuais irretoc�veis de Sergio Leone; Amadeus (1984), de Milos Forman, melhor cine-biografia j� produzida; Depois de Horas e Touro Indom�vel, fitas fin�ssimas de Martin Scorsese; Brazil � O Filme (1985), brilhante fic��o-cient�fica de Terry Gilliam; entre outros grandes filmes produzidos ao redor do mundo (vejam que nem citei Cinema Paradiso (1989), Ran (1985) e tantos outros...)?

Essa safra de filmes interessantes se prorroga nos anos 1990 (Os Bons Companheiros (1990); Pulp Fiction (1994); Magn�lia (1999), Antes do Amanhecer (1995), e por a� vai...), quando a ind�stria cinematogr�fica retomara, ainda que timidamente, um pouco daquela ess�ncia autoral encontrada nas produ��es �setentistas� (algo trazido de volta � tona por completo na d�cada vigente, que vem se mostrando produtora de algumas pequenas obras-primas, como Cidade dos Sonhos (2002), Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembran�as (2004); Dogville (2003); R�quiem Para um Sonho (2000); O Homem Que N�o Estava L� (2001); Dan�ando no Escuro (2001), entre outras). Claro que, mesmo com o ressurgimento desse cinema mais autoral e cerebral, o cinem�o pipoca, desconhecedor assumido do verbo �pensar�, ainda rege o andar da carruagem. O que mudou n�o foram os cavalos que a conduzem, mas sim seus passageiros.

Por�m, a excessiva contemporaneidade dessas produ��es ainda n�o nos permite uma an�lise mais t�cnica, cr�tica e imparcial delas, j� que ainda n�o passaram por aquele que � o maior detector de qualidade j� descoberto: o tempo. Ser�o filmes de �poca, que submergir�o ao desconhecimento com o passar dos anos, ou sobreviver�o eternamente como grande parte dos filmes citados neste especial? No momento, � imposs�vel responder. Ou melhor, este � um questionamento que s� o tempo poder� responder. Por isso, s� nos resta o aguardo. Esperemos e, quem sabe, tais obras n�o voltam a ser lembradas por aqueles que herdar�o a Cine Players de n�s? Tor�o veementemente para que isso aconte�a, para podermos contar a nossos filhos ou netos o orgulho que sentimos ao presenciar o momento em que foram constru�das tais obras-primas que, a exemplo daquelas feitas h� 50, 60 anos atr�s, estar�o servindo como objetos de estudo e degusta��o por pessoas como n�s, apaixonadas pela s�tima arte."




Só pra constar a estreia do blog, quem sabe um dia eu escrevo por aqui...